30 de mar. de 2011

Diariamente no trânsito

Porto Alegre é uma cidade que cresceu desordenadamente, ao mesmo tempo em que foi vítima de uma opção brasileira pelo automóvel. Enquanto países desenvolvidos adotam eficientes sistemas de transportes públicos, tais como o sistema ferroviário, no Brasil as políticas protecionistas e de incentivo à indústria do automóvel são constantes.


Muitas vezes o prazer de passear em um parque é interrompido por buzinas, freadas bruscas, poluentes no ar, sem mencionar a árdua dificuldade em encontrar um local para estacionar.


As políticas de incentivo têm estimulado a indústria das motocicletas. Até a pouco tempo atrás um grande número de motociclistas se arriscavam entre automóveis em um trânsito já saturado. Pressionados pelo tempo e pela necessidade de ganhar dinheiro, motoboys cometiam infrações de trânsito com frequência, como ignorar o sinal vermelho. No entanto, o crescente número de óbitos e mutilações no trânsito têm alterado em parte o comportamento destes profissionais, como na imagem abaixo, onde o motoboy aguarda o sinal verde.


Em horários de maior movimento basta uma pane mecânica para formar centenas de metros de congestionamentos. O motorista do automóvel da imagem abaixo tentou empurrar ao máximo o seu veículo para não atrapalhar o trânsito. Por sorte a pane não ocorreu dentro do horário de maior movimento do trânsito.

Pane na Avenida Ipiranga, próximo ao Planetário

Mesmo na Avenida Ipiranga (que liga a zona leste ao Centro), este tipo de problema provavelmente ocasionará um engarrafamento. Em avenidas com duas pistas, como a Avenida Protásio Alves, Assis Brasil e Antônio de Carvalho, a possibilidade de engarrafamento é maior. Na Avenida Bento Gonçalves, especialmente entre o acesso ao Campus do Vale da UFRGS e a Avenida Senador Salgado Filho (RS 040, em Viamão), no cruzamento com a Avenida Liberdade, costuma-se perder 10 minutos para cada quilômetro percorrido, entre 6:50 e 7:45 (sentido Viamão-Porto Alegre).

Em alguns pontos da cidade, como nas imediações do túnel e elevada da Conceição, o trânsito costuma ser ainda mais caótico. Outros pontos críticos são as imediações da Estação Rodoviária de Porto Alegre e a Avenida Bento Gonçalves (no acesso ao Município de Viamão e também junto à Avenida Antônio de Carvalho).


Os ônibus são a melhor opção de deslocamento na cidade. No entanto, as maiores reclamações de muitas pessoas que não usam o sistema com frequência é a inexistência de indicações nas paradas sobre destinos, itinerários e horários dos ônibus. Estas informações geralmente se encontram afixadas no interior dos veículos, especificamente nos vidros dos ônibus. Além disso, em muitas linhas de ônibus em direção às periferias (especialmente as linhas intermunicipais) há superlotação nos horários de maior movimento, assaltos, cobranças indevidas de passagens (em Porto Alegre a passagem é unificada, ao contrário de municípios vizinhos como Viamão) e problemas no atendimento.

Em relação aos profissionais que trabalham no transporte coletivo (motoristas e cobradores), a pressão diária em trabalhar em um trânsito agressivo resulta em uma forte pressão sobre estes trabalhadores. Algumas empresas de ônibus descontam do salário dos motoristas toda a vez que um espelho de um ônibus é quebrado, por exemplo. Para evitar que isso aconteça (uma vez que há uma quantidade muito grande de árvores na cidade), os veículos acabam ocupando duas pistas (nas vias onde não há pista exclusiva para ônibus, como na Avenida Ipiranga). Como resultado os ônibus acabam prejudicando o já saturado fluxo de automóveis, principalmente nos horários de maior tráfego na cidade. Na imagem abaixo, um exemplo de uma avenida com pista exclusiva para ônibus: a Avenida Osvaldo Aranha.


Porto Alegre começa a se preocupar em desenvolver sistemas alternativos de mobilidade, como ciclovias. No entanto, as medidas que apontam para esta alternativa ainda são paliativas, algumas vezes com muitas críticas pelos movimentos de ciclistas na cidade.


A parcela mais frágil deste sistema é, sem dúvida, os pedestres. Faixas de segurança no geral não são respeitadas, e atravessar uma rua pode ser um verdadeiro desafio.



Confere outras fotos da rotina portoalegrense:
O dia-a-dia no Parque.
A natureza e sua rotina.

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